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quinta-feira, maio 12, 2005

Radiofilite Crónica

Aviso: Post enorme, ler em duas ou mais vezes para evitar cefaleias ou mal estar


De certo já sentiam a minha falta!!!!!!!!!
Pois é, tive que me ausentar por uns tempos, precisava de pôr a soneca em dia. Mas já voltei.


O problema de que vos vim falar hoje é, para além de muito sério, de extrema urgência uma vez que põe em causa a saúde de vós, mas principalmente … dos vossos rádios. É isso mesmo. Ouviram bem!!!! Os rádios de Portugal estão a ser infectados a uma velocidade incrível, e o pior é que após a primoinfecção (1ª infecção para os menos letrados nestas andanças médicas), caso não seja feito um tratamento intensivo e sem interrupções, o vosso rádio corre o risco de passar a apresentar sintomatologia recorrente que, para além de o debilitar grandemente, tem o inconveniente de poder ser incomodativo para si. Tal situação tem tendência a tornar-se crónica e sem outros tratamentos que não paliativos.


Assim, na minha parca opinião, aconselho vivamente que sejam tomadas medidas extremas caso o seu rádio (todo e qualquer, quer seja auto, ou de mesa, ou portátil) passe apresentar um ou mais dos seguintes sintomas que passo a descrever:


- Repetidite Persistentis: Passar musica X de tipo lamechas mais de 10 vezes na manhã ou tarde, sendo que o sintoma não é tão frequente de noite, altura em que o paciente tem uma ligeira melhoria. Este é, sem dúvida, o sintoma mais frequente.


- Limitações evolutivas: No espaço de meses, apenas passar, incessantemente, a música Y de uma dada banda mesmo que essa banda tenha lançado músicas mais recentes ou de melhor qualidade entretanto. Uma variante recorrente deste sintoma é quando ele é acompanhado por uma única, quando muito duas ou três, passagens da nova música, seguida do retorno à instalada primariamente mesmo que a nova música seja tão boa ou melhor que a primeira.


- Limitações de aprendizagem de diferentes disciplinas: Passar músicas de umas 5 ou 6 bandas, pontuadas por uma ou outra música de outra banda qualquer, muitas vezes de qualidade dúbia.


- Berborreiite repetitiva: Noticias e comentários feitos por locutores que, claramente, ou não têm voz para rádio, ou não conseguem fazer comentários a um nível humano apreciável, por vezes nem sequer a um nível vegetal aceitável (e as plantas não falam).


- Inoportunite repetitiva parva: Interrupção sistemática da única música decente que passou toda a manhã/tarde por comentários parvos, desnecessários e, para além de não terem conteúdo, perfeitamente inoportunos.


Assim, se o vosso rádio contraiu algum destes sintomas, causados pelo uso de estações de rádio que não foram devidamente inspeccionadas pelo Ministério da Saúde (há que ter fé), é urgente que leve o seu rádio ao veterinário para que seja tratado e correctamente vacinado.


Se o seu rádio tiver Leitor de CDs com ou sem capacidade de leitura de mp3 ou, em último caso, leitor de cassetes, é aconselhado o seu uso intensivo, já que melhora significativamente a qualidade da música que o seu rádio emite e ajuda a prevenir uma nova infecção. Renovar o stock de cassetes e CDs permite um funcionamento mais eficaz e evita a perda de interesse, por parte do dono e do rádio, no tratamento.
Quanto aos rádios sem tais mecanismos, o utilizador deverá seleccionar com grande escrutínio as ondas de rádio com que o seu rádio poderá contactar, e, caso ocorram infecções recorrentes, é aconselhado o abate em instalações especializadas.


Devido à facilidade que existe em determinadas infecções saltarem de espécies, tenha cuidado. Caso passe a apresentar gosto, aceitação ou prazer relativamente aos sintomas acima referidos é provável que tenha sido infectado. Consulte já um especialista e, se não conseguir encontrar um, pode entrar em pânico e gritar como uma menininha histérica, se for homem, se for mulher basta gritar normalmente.


Agradeço aos membros do calhambeque pelo empenho, em especial ao Prof. Dr. Jonhy, que em muito contribuíram para o estudo desta doença e para a publicação deste texto nos meios académicos e civis apropriados.
Já agora, o facto de eles próprio se terem submetido às ondas de rádio projectadas por rádios infectados é de um altruísmo sem precedentes. Estarei para sempre grato por este grande gesto humanitário que, por certo, ajudará milhões, quiçá, biliões de humanos e rádios por esse mundo fora.