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quinta-feira, março 10, 2005

Acrónimos e o Código Universal

Como todo o bom português bem o sabe e melhor o faz, sempre que estamos na presença de um acrónimo (A.K.A. Sigla - adaptado livremente) temos a mania de a ler como uma única palavra. Claro que tal apenas é válido para Siglas com consoantes e vogais, de preferência intercaladas de forma legível. (Ahhh!!!!!!, todos os “de”s e “para”s são omitidos para evitar a confusão).

Exemplificando o que quero dizer

HGSA – lê-se “agá gê ésse á” (fonética)



ICBAS - lê-se “Iquebas”

(a escolha de tais palavras foi perfeitamente aleatória não existindo quaisquer segundas intenções)

Ambos são acrónimos, mas o segundo é mais propenso a ser lido como uma palavra única ao passo que o primeiro é, muito provavelmente, na maioria dos casos soletrado.

Mas a esta altura do campeonato provavelmente já devem estar a interrogar a razão que me levou a ir buscar tal assunto. Serei eu parvo, impulsivo e incapaz de pensar um bocadinho antes de escrever o que quer que seja? Bem, isso até é verdade, mas desta vez fui contra a minha natureza e gastei um tempinho a meditar sobre o assunto que aqui me trás. Foi por tal razão que fiz esta pequena introdução gramatical. Por isso, e porque o assunto é deveras perturbador e possivelmente Life-changing.

Mas passando ao assunto que aqui me trás. O Código Universal (CU)

Está previsto o lançamento, pelo menos em Portugal, de um código que sirva para tudo o que se possa querer fazer e que requeira um código. O Código Universal (codename) A.K.A. CU é pessoal e intransmissível. Claro que não existem datas previstas para o seu lançamento, mas tal projecto consta dos planos do governo há já alguns anos. Portanto preparem-se para levarem com o CU em cima. O positivo é que, supostamente isto vai diminuir a burocracia. Esperemos que sim.

Mas afinal o que é o CU?
O CU é um código atribuído a um individuo particular e que servirá, aquando a sua implementação, para os mais variados fins, desde pin de telemóvel até pin de Multibanco, passando por um sem número de actividades em que possa servir de identificação. Por outras palavras, o CU é polivalente e presta-se a muitas potenciais utilizações.

Já estou a ver um polícia na rua, mandar parar o veículo em que se desloca e muito calmamente dizer:

- Ora, deixe-me ver o livrete, e o seu CU
- Pois sim senhor veja lá…

Ou então nas lojas depois de uma compra

- Ora como deseja pagar?
- Olhe, meta no CU

Ou ainda no serviço de Urgências.
- O paciente está em risco passa-me aí o CU dele para ver o registro!!!

Bem, o certo mesmo é que o nosso CU, vai andar de mão em mão sob a forma de cartões e objectos similares, pois sempre que os usarmos lá vamos ter que inserir o CU na máquina para podermos fazer as acções desejadas.

Claro que não podemos andar por aí a dar o nosso CU a torto e a direito porque sabe-se lá o que as outras pessoas poderiam fazer com ele.

E existe sempre o perigo de alguém nos roubar o CU e de o andar a usar por aí, sem apelo nem agravo.

Têm que ser no, mínimo, instituídas medidas de segurança que impeçam o roubo do nosso CU, ou se tal não for possível, pelo menos que impeçam o uso indevido deste.

A título pessoal, sempre achei o nome Código Universal demasiado fácil e pouco explicativo. Por isso mesmo acho que deveríamos pressionar o Governo para instituir um nome mais adequado, por exemplo: Pin Individual para Livre Acesso ou PILA. É mais comprido que CU mas acho que se percebe melhor para que serve.

Nomes à parte, eu estou ansioso por receber o meu CU e vocês não????