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quarta-feira, dezembro 15, 2004

Nova Trilogia Portuguesa arrasa bilheteiras

Pelos vistos tenho que ser eu a abrir as hostilidades. Então aqui vai (é um bocado comprido):

Tendo em conta a apetência que o nosso Ex-Primeiro Ministro Santa Lopes tem para as câmaras, algo que, aliás, é partilhado pelo resto do seu governo (pelo menos nos últimos tempos), creio que seria boa ideia aproveitar tal capacidade.
E foi exactamente isso que, um anónimo realizador português fez. Sozinho, com uma “crew” constituída por ele próprio e o Tó Quinas da barraca das farturas ao lado, escreveu e realizou uma trilogia que, pela originalidade, irá marcar a ferros o nome Portugal no Mundo.
Os títulos são: O Senhor do Poder: A Irmandade Dissolvida; O senhor do Poder: Lá se vão as duas Torres; e por fim (last but not least, como se diz na Antuérpia), O Senhor do Poder: O ministro que nunca será.
Os dois primeiros títulos são, antes que tudo o mais, uma retrospectiva dos saudosos e distantes tempos onde Santana Lopes Viveu. A Personagem principal, Santana, passa aqui para um segundo plano, dando o lugar a Gomes da Silva, o feiticeiro do grupo, que rapidamente fez desaparecer a voz da oposição que soava fortemente num certo canal português cujo nome não posso revelar para não estragar a surpresa aos que forem ver esta obra prima. Fiquei no entanto decepcionado ao ver como, no momento de aperto esta personagem foi incapaz de combater o verdadeiro mal, a AACS, juntamente com o seu aliado Marcelo Rebelo de Sousa, que em muito contribuem para o peso dramático desta primeira obra.
No segundo filme podemos assistir a um conjunto de peripécias de uma Irmandade que depois do terrível golpe do primeiro filme, vê-se agora a cabo com mais um problema, seus membros foram divididos em dois grupos, carinhosamente denominados de CDS-PP e PSD, sendo que este último se encontra sobre a liderança de Santana que muito se esforça para manter a coesão do grupo. Já o outro grupo, aventura-se num mundo escuro e de tremendos perigos, seguindo uma personagem de carácter e aparência vil denominada de Paulo Portas, cujas intenções não foram ainda bem reveladas.
A separação dos dois grupos torna-se ainda mais evidente quando Santana, num acto de coragem e valor enfrenta o verdadeiro mal, que aqui assume o corpo de Jorge Sampaio, reagindo verbalmente e decidindo não assumir o posto que, de direito, é seu (o cargo de primeiro ministro), de forma a iludir e minar as intenções do vilão.
O terceiro filme desta saga é o desfecho de uma obra-prima. Sem querer revelar muito deste emocionante desfecho, tenho a dizer que Santana, tenta retomar o poder que foi forçado a abandonar, no entanto, o povo, menos moralizado e mais revoltado, poderá ter uma papel preponderante no futuro do nosso herói, podendo antever um desfecho trágico (do qual só teremos a certeza aquando a estreia deste filme, que chega às urnas lá para Fevereiro do próximo ano). Quanto a Paulo Portas, a sua obsessão por coisas pequenas, a que se refere como preciosos, irá, possivelmente, ser a chave da sua ruína (não, não tem nada a ver com o caso Casa Pia). Inclusive, a separação do seu grupo do grupo liderado por Santana, trás um novo impacto dramático, colocando ainda mais pressão sobre esta personagem.
Na minha opinião este é um trabalho, sem dúvida alguma, genial, dou-lhe 4 Euros, dois polegares virados para cima e ainda 3 estrelas porque só tinha essas nos bolsos.